No ano em que o Sidarta comemora 20 anos, a Feira do Conhecimento 2018 supera expectativas, socializando os conhecimentos de Iniciação Científica em um novo formato de apresentação
Há 20 anos, quando o Sr. Chang Sheng Kai fundou o Sidarta, seu desejo era que a escola estimulasse nos estudantes o apreço ao conhecimento. Certamente, ele estaria orgulhoso de acompanhar tudo o que aconteceu no dia 24 de novembro. A edição 2018 da Feira do Conhecimento reuniu mais de 680 pessoas que assistiram a Clubes TED Ed, Mostra Curiosidade Viva, 2ª Mostra de Arte e Exposição Andoriar. “Foi repleta de experiências marcantes”, atesta Ya Jen Chang, presidente do Instituto Sidarta.
Para compartilhar a metodologia científica explorada ao longo do ano, os alunos do 1° ano do Ensino Fundamental à 2ª série do Ensino Médio se apresentaram em formato de TED (traduzido do inglês: Tecnologia, Entretenimento e Planejamento). “A ideia era que todos contassem sobre seus próprios projetos – processos e objetivos alcançados – e escutassem sobre os trabalhos de seus colegas”, explica Carolina Santacruz, coordenadora de Iniciação Científica.
Melhores do evento
Ao fim do dia de apresentações, três projetos receberam premiações. O terceiro lugar ficou com Dog-Doc, desenvolvido por Maithê, Carolina e Isabella, do 9º ano. Elas criaram uma organização para levar cães abandonados até hospitais e lares de repouso. A ideia é melhorar a qualidade de vida de doentes e idosos. Trata-se de pet terapia (ou terapia assistida por animais), técnica cientificamente comprovada que beneficia a recuperação emocional e física de pacientes e indivíduos com algum comprometimento cognitivo por meio do contato com animais.
As alunas conectaram instituições que abrigam cães abandonados a lares de idosos, em que pacientes com demência podem ser tratados para melhorar sintomas de depressão e agitação. Com isso, a relevância do trabalho é dar a cães abandonados a nobre missão de promover saúde em lugares onde eles serão muito valorizados.
O segundo lugar ficou com a turma do 2º ano do Ensino Fundamental, com, o projeto SOS Abelhas Nativas. O objetivo é promover conhecimento e consciência ambiental sobre a importância dos serviços ambientais das abelhas nativas para a preservação da vida na Terra. “Para proteger as abelhas nativas, é fundamental plantar cada vez mais árvores e combater as queimadas”, afirmaram as crianças durante a apresentação.
O primeiro lugar ficou com Synthesia de Mão, de Felipe, Jaime e Nicolas, alunos da 2ª série do Ensino Médio. Os três amigos desenvolveram uma luva automatizada que auxilia na aquisição de habilidades para tocar um instrumento musical. A luva indica as teclas que devem ser tocadas para interpretar uma melodia pré-programada. Os estudantes aspiram desenvolver uma metodologia de ensino automatizado que estimule as habilidades psicomotoras, neurológicas e psicossociais e que possa ser utilizado por todas as pessoas, inclusive por quem sofre de paralisia cerebral ou transtorno do espectro autista.
Tarde de reconhecimentos
Além das premiações dadas aos melhores trabalhos, os integrantes do Clube de Ciências, dedicado à Astronomia e Astrobiologia – alunos do 5º ano do Ensino Fundamental à 2ª série do Ensino Médio – receberam seus certificados de participação na Missão Garatea, uma iniciativa do Centro Nacional de Educação Científica sobre Terra e Espaço (National Center for Earth and Space Science Education – NCESSE).
Os alunos formularam um experimento para testar o efeito da microgravidade como parte da missão 13 do programa em experimentação dentro de um voo espacial para estudantes (Student Spaceflight Experiment Program – SSEP). O programa foi coordenado pela International Space Station (ISS), da Agência Espacial Americana (Nasa).
O Projeto Integrador (PI), elaborado e executado por alunos do 5° e 6° anos do Ensino Fundamental, que abrangeu, praticamente, todos os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), também foi destacado no evento. Ele concorreu ao Prêmio Desafio 2030 – Escolas Transformando o nosso Mundo e recebeu o 1° lugar na categoria Ensino Fundamental II.
Para Carolina, as iniciativas dos alunos em Iniciação Científica são estímulos para que eles não escolham suas futuras profissões motivados em pagar contas ou apenas em acumular riqueza. “Não é isso que traz a felicidade genuína”, justifica. “Ela está na motivação do trabalho diário para deixar o planeta melhor do que o acharam. Tornar-se um cientista pode ser uma possibilidade de trabalho e de transformação.”
Trabalhos revelados
A Feira do Conhecimento 2018 também contou com a exposição do Projeto Andoriar, uma viagem de volunturismo (voluntariado mais turismo) dos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental à 3ª série do Ensino Médio. Este ano, eles realizaram ações em Cuiabá-Mirim (MT) e em Cotia (SP). Os dois grupos somaram mais de 30 ações de voluntariado.
No Mato Grosso, foram construídos um parque com oito brinquedos para a população da vila ribeirinha, uma biblioteca dentro da escola local e realizadas oficinas de Libras (Língua Brasileira de Sinais) e de contação de história, além de atendimentos médicos supervisionados pela médica Tatiana Mahovic.
Na EM Edith dos Santos Silva, no Jardim Pioneira, destacam-se ações como a pintura do muro externo da escola, os momentos de contação de histórias realizada pelos alunos do Sidarta para estimular o apreço à leitura e a instalação de painéis sensoriais e motores para desenvolver os sentidos das crianças.
A 2ª Mostra de Arte expôs a proposta curricular e cultural de ensino de Arte desenvolvida no Sidarta, que inclui quatro linguagens artísticas e a integração entre elas, respeitando as especificidades de cada faixa etária. Três salas foram ocupadas com trabalhos desenvolvidos durante o semestre, além de inserções artísticas na garagem da escola e nos intervalos das apresentações dos TEDs. Vídeos, fotos, sons e registros de dança, teatro, música e artes visuais conversavam entre si, mostrando o alinhamento da equipe de Arte.
Na pirâmide central, o espaço foi dividido entre os registros das ações de ampliação do repertório cultural realizadas em 2018: visita à Bienal de Artes, apresentação do Balé Paraisópolis e participação da Congada de São Benedito na Festa Junina, além da previsão de ida ao Pia Fraus, um museu de teatro de bonecos. Esse mesmo espaço contou com o programa Prata da Casa, com exposição de trabalhos autorais em artes visuais de alunos e funcionários e também de cadernos de desenhos.
Na mostra Curiosidade Viva, a equipe da Educação Infantil não economizou esforços para tornar visível a proposta estrutural desenvolvida para a primeira infância. O brincar, a curiosidade, o bilinguismo, os campos de experiência e todas as parcerias estabelecidas este ano foram expostas em espaços ambientados para que as crianças pudessem interagir e mostrar como as vivências apresentadas fizeram parte de seu dia a dia. “Foi mais uma das inúmeras iniciativas em prol da formação dessa rede em que famílias e escola trabalham alinhadas para garantir a qualidade da infância das nossas crianças”, afirma Priscila Okino, coordenadora de Arte e Educação Infantil.
No dia seguinte…
Carla de Oliveira Silva, mãe de Clara, Heitor e Yuri, considerou a apresentação oral da Feira do Conhecimento sensacional. “Pela primeira vez, pude conhecer mais os trabalhos de Iniciação Científica”, comemora. “Além disso, foi mais uma oportunidade para muitos alunos se superarem para estarem no palco, diante de tanta gente, e contar sobre seu trabalho.” No Facebook da escola, Ligia dos Santos Zorzo, uma de nossas seguidoras, disse que a Feira foi incrível. “Adorei visitar pela primeira vez. Foi lindo de ver a desenvoltura e a alegria das crianças no compartilhamento dos seus trabalhos. Parabéns!” Depois de um evento bem-sucedido e cheio de elogios, nada como um mutirão para concluir.
Os alunos e colaboradores uniram forças para desmontar a Feira do Conhecimento 2018. “Esse foi o último mutirão do ano”, explica a orientadora educacional Beatriz Carvalho. “Consideramos fundamental que a comunidade escolar se empodere dos processos do começo ao fim.”
Na hora do balanço, constatamos que o evento gerou a mesma quantidade de resíduos em um dia comum de aula, ou seja, em torno de 1000 litros. “A diferença é que, em dias comuns, geramos em torno de 700 litros de lixo comum e 300 de reciclável”, conta Camilla Mongs, supervisora de limpeza. “No dia do evento, geramos 800 litros de reciclável, que será enviado para cooperativa de reciclagem, e 300 litros de lixo comum.”
- Antes
- Depois
Vale também registrar que, este ano, foram doados 383 quilos de alimentos não perecíveis e 27 litros de óleo para a Anuepo (Associação do Núcleo de Enfrentamento da Pobreza).